A comunicação é a base de todas as relações humanas. Longe de ser um clichê, a premissa também vale para o mundo corporativo; especialmente para quem exerce cargos de liderança, onde a habilidade de comunicar com assertividade ganha cada vez mais relevância.
Segundo a pesquisa Panorama de Sentimento das Lideranças 2ª Edição – 38% dos participantes disseram que precisam desenvolver a comunicação dentro do time para ser um líder melhor. Mais da metade apontou a falta de clareza estratégica como principal problema na tomada de decisão, enquanto 79% têm dificuldade em liderar diferentes gerações.
"Isso é reflexo de uma nova realidade corporativa. Atualmente, muitas empresas convivem com quatro gerações de funcionários ao mesmo tempo. Alguns são jovens, outros são mais experientes e cada um tem sua maneira de se expressar. Por isso, o líder deve saber como falar com esses perfis", diz a especialista em comunicação assertiva e oratória, Valdireni Alves.
Características geracionais
Enquanto a turma da Geração X [nascidos entre 1960 a 1980] busca a estabilidade financeira, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, valorizam o contato pessoal e o detalhamento das informações, o pessoal da Geração Y [nascidos entre 1980 a 2000] anseiam por feedbacks, se adaptam a ambientes dinâmicos e interativos, prezam por velocidade na obtenção de informação e no progresso na carreira.
Por sua vez, aqueles da Geração Z [nascidos entre 1995 e 2010] buscam objetividade, são multitarefas, têm habilidade com tecnologias, gostam de desafios e inovação; enquanto os membros da Geração Alpha [nascidos entre 2010 e 2025] são hiperconectados, não distinguem entre os mundos online e offline, são solidários e tem visão de mundo mais ampla.
Obstáculos e oportunidades
Para Valdireni Alves, essas mudanças também se entrelaçam com os desafios da Liderança 5.0., que combinam propósito, inteligência emocional, tecnologia, reconhecem as transformações no ambiente de negócios e capacitam gestores de modo mais abrangente e eficaz.
"É fundamental que os líderes desenvolvam uma visão holística, humanizada e individualizada. É preciso compreender o que a equipe necessita como um todo, mas respeitar as particularidades geracionais. A escuta ativa é um grande diferencial e possibilita melhores resultados", destaca.
Outros gargalos revelados na pesquisa Panorama de Sentimento das Lideranças 2ª Edição referem-se à ausência de pensamento crítico, seguido de falta de suporte estrutural e dificuldade em aumentar a eficiência.
"Observe que tudo engloba a comunicação assertiva. Ela permeia todas as áreas corporativas, mas nem sempre é vista dessa forma. Por isso, quem a pratica no cotidiano se destaca mais rapidamente", diz a especialista, que também é jornalista, palestrante e escritora.
Dicas práticas
Para que os líderes desenvolvam a comunicação assertiva e eficiente, Valdireni Alves recomenda cinco práticas diárias e que podem ser adotadas em qualquer companhia. Confira:
1) Clareza e objetividade: Certifique-se de que sua mensagem principal está sendo transmitida de forma direta e compreensível.
2) Foco nas pessoas: Enxergar e escutar verdadeiramente sua equipe melhora a interação e o entendimento.
3) Comunicação não-verbal: O impacto da comunicação vai além das palavras. Gestos, expressão corporal e tom de voz transmitem mensagens.
4) Adaptação ao público: Cada pessoa é única. Compreenda a melhor forma de abordar e se comunicar com diferentes perfis geracionais.
5) Uso da comunicação não-violenta: Aplicar os princípios da comunicação não-violenta ajuda a construir relações mais saudáveis e produtivas. Lidere pelo exemplo.
"Quem se expressa de forma clara e respeitosa constrói relacionamentos saudáveis, minimiza conflitos e promove mais colaboração. É um exercício que – se praticado no cotidiano – traz muitos benefícios para a vida e a carreira", complementa a especialista em comunicação assertiva e oratória, Valdireni Alves.
Sobre
Valdireni Alves é jornalista, especialista em comunicação assertiva e oratória, palestrante, escritora e CEO da www.sclaracomunicacao.com.br. Já realizou conferências e treinamentos para o Sebrae-PR, Ademicon, Sistema FAEP, FIEP, Fecomércio/Sesc-PR, Câmara da Mulher Empreendedora, entre outras empresas.
Foi professora de Jornalismo na UEPG, diretora de Comunicação na Secretaria de Saúde do Paraná e atuou nas principais emissoras de TV do Paraná como repórter, apresentadora e editora-chefe.